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Debate sobre a confrontação do Irão à comunidade internacional
2006/02/15
ANÁLISE. E no entanto… ela move-se
2006/04/01

ISRAEL Mais complacência, não!

Os media difundiram a imagem pelo mundo: prisioneiros políticos palestinianos de roupas na mão, escoltados por soldados do Tsahal, o exército israelita, após o assalto que realizaram à prisão de Jericó, até então sob monitorização norte-americana e britânica. A humilhação é indissociável da agressão. Do mesmo modo, esta é inseparável da inusitada retirada dos observadores internacionais. E esta ocorreu, não por razões de segurança, mas porque na campanha eleitoral em Israel, o Kadima está a perder nas intenções de voto. Os factos falam por si: trinta minutos depois do abandono, entrou o exército. Em território sob administração palestiniana, unilateralmente; e numa prisão sob acordo internacional, unilateralmente.

No assalto morreram pessoas. No rescaldo, fizeram-se reféns. Tudo previsível, sempre previsível. Na Terra Prometida, não cabem os milagres. Mas sobra, e muito justamente, a indignação.

O presidente palestiniano encontrava-se em Estrasburgo para discursar hoje no Parlamento. Não o pode fazer. Como foram vãs as suas tentativas para evitar a catástrofe. Mahmoud Abbas conhecia as pressões israelitas. Ofereceu uma solução: o retorno do secretário-geral da FPLP à Muqata, onde já estivera durante o isolamento a que Israel submeteu Arafat. Aí continuaria detido, apesar de deputado eleito, com garantia de que não fugiria. Mas o actual primeiro-ministro e candidato às próximas eleições, preferiu o que o jornal Libération definiu como raid eleitoral. Ehud Olmert imita o pior de Ariel Sharom. Nesta operação terrorista, visa votos, mas não só. Visa igualmente o enfraquecimento de quantos na Palestina procuram uma solução política para o conflito. Visa também provocar o partido que ganhou as eleições, o Hamas, a ver se este “descarrila”. E visa atingir a mais importante das organizações laicas da esquerda palestiniana, para que esta ponha fim à trégua. E com tudo isto, justificar a continuação do unilateralismo e da ocupação de terra palestiniana.

Nada disto é, uma vez mais, novidade. Em bom rigor, é o resultado das complacências acumuladas a ocidente com Israel. O Kadima sente-se seguro com os EUA. Estes sempre cobriram o comportamento militar de Telaviv. Também não precisou de testar a posição britânica, uma vez que a coordenação de movimentos ultrapassa os limites de qualquer coincidência. Na realidade, o governo israelita testa a União Europeia e as suas eternas hesitações. Veremos nos próximos dias se esta estará à altura do desafio. Até hoje…

 

 

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