Nasceu a 1 de Maio de 1958, na freguesia de Alvalade, em Lisboa.

Era filho do arquiteto Nuno Rodrigo Martins Portas e da economista Helena Aires Trindade de Sacadura Cabral e irmão de Paulo de Sacadura Cabral Portas e de Catarina de Sousa Lobo Martins Portas.

Foi pai pela primeira vez, quando em 1993 nasceu o seu filho André Entrudo Portas. O segundo filho, Frederico de Sacadura Cabral Gorjão Henriques Portas, viria a nascer em 1996.

Começou por estudar no Colégio S. João de Brito, passando depois para o Liceu Passos Manuel, onde se iniciou no activismo político ainda antes do 25 de Abril. Foi dirigente do MAESL (Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa) de 1972 a 1974, tendo aderido à UEC (União dos Estudantes Comunistas) em 1973.

Foi durante esse período que, em 16 de Dezembro de 1973, a polícia política PIDE/DGS o prendeu numa operação policial contra uma assembleia de estudantes dos liceus de Lisboa.

Ainda como activista estudantil, após o 25 de Abril, pertenceu à Comissão Central da UEC (1974), presidiu à Associação de Estudantes do Instituto Superior de Economia e foi coordenador do Secretariado da Reunião de Inter-Associações.

Antes de se licenciar em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, em 1986, trabalhou com animador cultural na Câmara Municipal de Ourique em 1984. Três anos mais tarde, em 1987, voltou ao trabalho como animador sociocultural desta vez na serra algarvia, onde foi também formador de agentes de desenvolvimento do interior

O empenhamento político, social e cultural desenrolou-se a par da actividade como jornalista. Foi fundador e diretor da revista CONTRASTE, em 1986. Mais tarde ingressou no semanário Expresso, onde foi redator, editor do Internacional e da Revista.

Mais uma vez o empenhamento no desenvolvimento social e cultural levou-o, entre 1990 e 1991, a tornar-se assessor de Jorge Sampaio para as questões culturais e urbanísticas, quando este ocupava o cargo de presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

No contexto das movimentações para uma renovação interna no partido onde militava desde a  adolescência, abandonou o PCP em Setembro de 1991, tendo sido co-fundador e dirigente do grupo Plataforma de Esquerda e, posteriormente, da associação que se lhe seguiu, a Política XXI.

De regresso ao jornalismo, fundou e dirigiu o semanário JÁ, entre1995 e 1996, e a seguir impulsionou o renascimento do antigo título da revista VIDA MUNDIAL, onde foi colunista e repórter entre 1998-1999.

Seguiu-se novo empenhamento partidário, tendo estado na origem da fundação do Bloco de Esquerda (BE), partido do qual foi dirigente até ao fim da vida.

Pelo BE, foi eleito em 2004 e reeleito em 2009 deputado do Parlamento Europeu (PE). Enquanto eurodeputado pertenceu à Comissão de Orçamento do PE, integrou as delegações do PE para as relações com os Países do Magrebe e União do Magrebe Árabe e com o Iraque. Foi vice-presidente da Comissão Especial do Parlamento Europeu para a Crise Financeira, Económica e Social.

A par da actividade política, mantinha colaborações como cronista no DIÁRIO DE NOTÍCIAS e no semanário EXPRESSO, assinando também crónicas no semanário SOL e na Antena 1. Em 2002 foi diretor da revista MANIFESTO.

Na televisão, foi co-autor e apresentador do programa documental “Mar das Índias”, que viria a receber o Prémio Bordalo para melhor trabalho de TV (2000) e do documentário “Périplo”, também editado em livro.

Morreu em Antuérpia, na Bélgica a 24 de Abril de 2012.

Miguel Portas