ELEIÇÕES NA PALESTINA. As responsabilidades da comunidade internacional
2006/01/26ISRAEL Mais complacência, não!
2006/03/15Debate sobre a confrontação do Irão à comunidade internacional
PE, Sessão de 15 de Fevereiro de 2006
Miguel Portas (GUE/NGL),
“Sr. Presidente,
Nada, mesmo nada, recomenda a teocracia de Teerão. É um regime ignorante e arrogante, como o provam as declarações do seu presidente sobre o holocausto. Nem Le Pen faria melhor.
É ainda um regime reaccionário e fundamentalista, que viola diariamente os Direitos Humanos. Aliás, como outras monarquias do médio Oriente.
Finalmente, é um regime perigoso e aventureiro. Aposta a sua sobrevivência no enriquecimento de urânio, o que o coloca à porta do clube das armas nucleares.
Entendamo-nos:
a Europa deve fazer tudo – menos a guerra – para evitar que Teerão disponha de armas nucleares.
É, por isso mesmo, que não estamos de acordo com a resolução proposta, nomeadamente o seu ponto 7.
A passagem da questão iraniana para o Conselho de Segurança das Nações Unidas é um passo errado e irresponsável. Aproxima o mundo de uma nova guerra preventiva, agora sob a forma de intervenção militar cirúrgica.
A Europa tem alternativa a esta escalada. Pode e deve transformar o que hoje é problema, numa extraordinária oportunidade para a Humanidade e o povo iraniano.
Recordo-vos o artigo VI do Tratado de Não Proliferação Nuclear e, cito:
“Cada uma das partes do Tratado assume a responsabilidade da prossecução das negociações relativamente ao fim da corrida ao armamento nuclear e para um tratado que vise o desarmamento total e completo ao abrigo do controlo internacional.”
É por aqui – e não pelos tambores da guerra – que se deve começar.
Os Estados da União Europeia – que subscreveram o tratado – têm na sua mão a oportunidade de inverter a lógica escondida das armas nas negociações com o Irão.
Basta que proponham um plano concreto para o compromisso que eles mesmo assinaram. Em vez da arrogância, Chirac, Blair e Merkel deviam oferecer ao mundo um sinal de boa-fé.
Ao contrário do que afirmou o Conselho, a Europa não fez tudo o que podia, nomeadamente não fez o principal: o passo que pode evitar que a actual drôle de guerre dos cartoons se transforme numa escalada militar de proporções incontroláveis.
Só a Paz traz a Paz.
Antes que seja tarde.”