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Vinte anos depois
2005/12/31
De pequenos nadas…
2006/08/01

Democracia sem Estado

Editorial do jornal GLOBAL

O partido islâmico venceu as eleições na Palestina. Com limpeza, sem chapeladas ou imposição de força. Numa campanha eleitoral que é exemplo para todo o Médio Oriente. Nos territórios sob administração da Autoridade Palestiniana (AP) ainda não existe um Estado. Mas já há democracia. Neste paradoxo se explica a vitória do Hamas.

O Hamas vence porque não há Estado, mas ocupação. E não há Estado porque o Processo de Paz não o garantiu. Quando G.W. Bush e Javier Solana exigem que o Hamas reconheça Israel, convém que se saiba que Israel nunca reconheceu o direito dos palestinianos a um Estado soberano. Não há reciprocidade.

Enquanto escrevo, a Euro News passa imagens do desmantelamento de um “colonato ilegal” na Cisjordânia. A notícia refere que 103 destas novas ocupações ocorreram desde que Ariel Sharom se decidiu pelo unilateralismo. E uma juíza israelita confirma que estes “postos avançados” contaram com a cumplicidade do exército e dos ministérios de Telavive. Enquanto encorajava ocupações selvagens e acelerava a construção do muro, o falcão que os media transformaram em pomba, procedeu à retirada unilateral de Gaza – assestando numa AP exausta e impotente, aquilo a que Leila Shahid, embaixadora na UE, classificou de “golpe de misericórdia”.

A comunidade internacional foi incapaz de sancionar o ocupante pelo seu unilateralismo. Percebe agora como o fracasso do Processo de Paz reforçou a vontade de mudança na Palestina. Que ela se expresse no islamismo político, não é boa notícia. É uma sanção à irresponsabilidade internacional e ao compadrio e autoritarismo que grassavam no maior dos partidos seculares da Palestina – a Fatah.

 

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